sábado, setembro 30, 2006

foto lucas nihil


Não há nada
Que valha a pena hoje

Se ao menos os teus lábios me viessem
Resgatar deste poço sem fundo
Onde me afundo

Cinco mil metros de profundidade
Labirintos de murmúrios tricotados

Por isso não vou sair mais da minha concha
Vou ficar sozinho no meu mar de nuvens
Enquanto
os teus lábios a mim não regressarem
 
posted by lucas nihil at 2:47 AM |
segunda-feira, setembro 25, 2006
A seiva escorre
no tronco do meu corpo,
onde o sangue se torna mais leve.
Dilacera os vincos do meu rosto
no estorvo do ar rarefeito.

Contra as sombras do abismo,
nas águas ternas da inflexão
afogo-me
na neuropatia da convicção
do que aqui fica escrito.

Por ter sido,
nado e criado
na úlcera da vida.
É carcinoma
não querer
romper as veias das ideias.

Caí no embuste.

No sofisma da materialidade imoral
Capitulei o logro do meu Eu
É
o suicídio capitalista da alma
 
posted by lucas nihil at 3:53 AM |
quinta-feira, setembro 21, 2006
O nome define o sujeito,
mas não é predicado essencial para conhecer o género

A alma sem definir o género
sob os trilhos da subsistência
Sustenta o pretérito ou o prometido perfeito.

Na perpendicular do perpétuo Devir
A alma é sentimento
que no essencial o sujeito
não se sente predicado para definir
 
posted by lucas nihil at 3:30 AM |
terça-feira, setembro 05, 2006

São sessenta e três segundos

Depois das sete

na praça de Espanha

Respira-se a cidade

Alcatrão sujo



….despojos de um verão quente

que trago nos meus ombros.


O pôr-do-sol

ocaso de triste figura

sob o dormente céu que desmaia


Um minuto depois jurei,

que eram sete da tarde.

na praça de Espanha

o tempo encolheu.

 
posted by lucas nihil at 12:06 AM |