segunda-feira, novembro 13, 2006

Eu era a chávena de café a viajar nos teus olhos a preencher os espaços que faltavam na cozinha. E a casa encheu-se de vazio enquanto a luz percorria sem velocidade o ranger da madeira dos passos que eu, fantasma sentimental, percorria no labirinto emocional do teu hábito matinal. E enquanto a manhã emergia para me vir resgatar do choro que dentro de mim vertia, eu era a chávena de café, que viajava ausente entre o teu olhar e a mesa. Do outro lado da parede o teu olhar embateu, atravessou-me como se eu fosse translúcido ou transparente. As palavras, não apareceram, por entre nós, nem tão pouco ao pé da mesa da cozinha, ou rodopiando por entre a madeira que rangia, ou a manhã que emergia. Hoje, eu era a chávena de café e tu ilha isolada, e o silêncio num vaivém constante, entre nós viajava.

 
posted by lucas nihil at 3:27 PM |